Grupo de Teatro da Escola de Dança Ronaldo Vasconcelos apresenta o espetáculo “O Noviço” na Villa Maria
A Casa de Cultura Villa Maria recebe no dia 28 de novembro, às 18h30 e no dia 29, às 17h, o espetáculo “O Noviço”, de Martins Pena. A entrada é gratuita e a classificação é 10 anos.
Em O Noviço (1845), o dramaturgo soube apresentar com graça e simplicidade as intrigas triviais da vida de roceiros, viúvas assanhadas, juízes corruptos, moças casadoiras, enfim, espelhava no palco, por meio de tipos caricatos, o cotidiano conhecido do público.
E, nesse espelhamento bem-humorado, punia os maus, premiava os bons, satirizava os poderosos e colocava em prática a ideia já antiga de que é rindo que se corrigem os vícios e se aperfeiçoam as virtudes. O Noviço é uma dessas comédias de costumes que, sem rodeios ou sofisticações nas falas e nas situações, apresenta a história de Carlos, rapaz endiabrado, que é enviado a um convento por decisão de sua tia e tutora. Não tendo vocação para a vida religiosa e apaixonado pela prima Emília, Carlos foge do convento e se dedica a desmascarar o ambicioso Ambrósio Nunes, segundo marido de sua tia.
Por que Martins Pena encanta e faz rir há mais de 150 anos? Talvez a resistência e a atualidade do teatro de Martins Pena advinda do talento especial do autor em selecionar com perspicácia hábitos, valores, modos que definem a essência de ser do brasileiro. Mas é inegável que colabora para a perenidade o fato de ainda hoje vermos refletidos nas comédias do comediógrafo problemas crônicos do Brasil. Afinal, não continuamos a reclamar e até mesmo zombar da leviandade no serviço público? Da morosidade da Justiça, dos subornos e dos golpes de espertalhões? É esse universo meio trágico, meio cômico que tem eternizado o teatro da época regencial brasileira.
Sobre o autor – Martins Pena (1815-1848)
João José da Costa Martins Pena foi um dos precursores da comédia de costumes no Brasil e é considerado o pai da comédia brasileira.
Nascido no Rio de Janeiro em 1815, viveu durante o período imperial e usou o teatro como forma de crítica social e moral. Suas peças retratam com humor os costumes da sociedade brasileira do século XIX — especialmente a hipocrisia, o interesse econômico nos casamentos, e as diferenças de classe e educação.
Apesar de ter morrido jovem, aos 33 anos, deixou uma obra marcante.
Ficha
Estilo: pertence ao romantismo (foi encenado pela primeira vez em 1845) – Gênero dramático: comédia de costumes
Personagens: Carlos, Ambrósio Nunes, Florência, Rosa, Juca, Mestre de Noviço
Elenco: Heitor Barreto Jorge, Bruno Feitosa (Ator Convidado), Adriana Jardim, Klaus Andrade, Yasmin Nunes, Quisquella Gonzalez, (Participação) Valdiney Mendes
Sonoplastia: João Velasco
Apoio na Iluminação – Marcos Antônio Almeida
Direção: Fernando Rossi
Apoio – Escola de Dança Ronaldo Vasconcelos e Casa de Cultura Villa Maria
